Operação conjunta -

Acusados de grilagem e desmatamento, empresários são alvo de operação policial no Piauí

Uma operação integrada das polícias civis do Piauí, Paraná e Mato Grosso resultou na descoberta de um esquema de grilagem de terras e desmatamento ilegal relacionado à fazenda situada entre os municípios de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia, no sul do Piauí.

Foto: Reprodução

A investigação teve início em 2024, após a prisão de dois trabalhadores rurais, detidos após denúncia feita à Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR), que apontava crimes ambientais e ocupação ilegal de terras públicas na região.

Durante os depoimentos, os trabalhadores alegaram que foram contratados pelo gerente da fazenda para realizar o desmatamento, mas afirmaram não saber que a área era de propriedade do Estado.

A partir dessas informações, a polícia avançou nas investigações, que culminaram na prisão do gerente e do proprietário da fazenda entre os dias 21 e 23 de maio. Os suspeitos foram identificados apenas pelas iniciais J.M.D. e R.M. Um dos envolvidos, J.M.D., já havia sido preso em 2023 por porte ilegal de armas durante outra operação.

Segundo auditoria realizada pelo Instituto de Terras do Piauí (INTERPI), cerca de 1.432 hectares de terras públicas estavam sendo desmatados de maneira ilegal, incluindo 333 hectares de Mata Atlântica, uma área considerada de preservação permanente.

As apurações apontam que o esquema criminoso vai além da grilagem e do desmatamento. Há indícios de práticas como ameaças, porte ilegal de armas, incêndios criminosos e falsificação de documentos públicos, supostamente com a participação de servidores corruptos. O objetivo seria legalizar ilegalmente as terras para revendê-las com grande margem de lucro. “Essas terras são do Estado. Estamos lidando com um esquema complexo de corrupção e devastação ambiental”, destacou o delegado Willame Moraes.

Os investigados responderão por diversos crimes, incluindo organização criminosa, invasão de terras públicas, desmatamento ilegal, destruição de floresta protegida e danos à Mata Atlântica. Ambos os presos foram encaminhados para prestar depoimento e seguem à disposição da Justiça do Piauí.

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