Operação Escudo Eleitoral -
Vereadora presa e investigados movimentaram R$ 9,7 milhões e compra de votos teria ocorrido via pix
Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores
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-Tatiana Medeiros é tachada de "regente da rede criminosa"
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“PROEMINENTE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA”
A vereadora Tatiana Medeiros, juntamente com os demais investigados no âmbito da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, teria movimento em 44 contas bancárias R$ 9.741.285,60, entre 1 de julho de 2023 e 31 de dezembro de 2024.
As informações foram analisadas no caso SIMBA 010909-10, que apontou 17.823 lançamentos. O feito é tido como uma “proeminente movimentação financeira”.
Apenas nas contas de Stênio Ferreira dos Santos - companheiro de Maria Odelia Aguiar Medeiros, mãe de Tatiana -, “o qual teria desempenhado papel de liderança no esquema ilícito, sendo responsável pela intermediação e distribuição de valores”, foram movimentados, a crédito, R$ 915.583,20 em 2.075 operações, e a débito R$ 810.077,26 em 2.443 operações.
“Justamente no ano eleitoral (que também coincide com o mesmo ano em que Alandilson Cardoso Passos, apontado pela Polícia Federal como integrante de facção criminosa, passou a se relacionar com Tatiana) houve um aumento substancial de créditos na conta de Stenio, que passou de R$ 212.923,97 para R$ 702.659,23, um aumento de cerca de 230%", também segundo os investigadores
O Instituto Vamos Juntos, pertencente à vereadora e presidido pela mãe Maria Odelia Aguiar Medeiros, enviou R$ 201.000,00 a Stênio, em seis transações, sendo algumas próximas às eleições municipais de 2024.
SUPOSTA COMPRA DE VOTOS VIA PIX
Sobre a “intensa atividade de cooptação de eleitores e compra de votos”, ela teria ocorrido via PIX, usualmente no valor de R$ 100,00 (cem reais), exercida por interpostas pessoas (Alandilson, Emanuelly, Stenio e Bianca) a mando e ciência da vereadora, utilizando-se, para pagamento, valores do patrimônio de Alandilson”.
Segundo a investigação, Emanuelly Pinho de Melo, integrante da diretoria do Instituto Vamos Juntos, desempenhava funções administrativas e financeiras para Tatiana. O papel de Emanuelly seria transferência de valores a possíveis eleitores, por meio de pix, no valor padronizado de R$ 100,00, operações que ocorreram inclusive no dia do pleito.
Já Bianca Medeiros, irmã de Tatiana, teria, também segundo as investigações, efetuado transferências bancárias possivelmente em troca de votos. Na véspera das eleições municipais, Tatiana teria enviado a Bianca uma relação de nomes, acompanhados de chaves Pix, para a realização de transferências, sendo identificados repasses no valor unitário de R$ 100,00.
"REGENTE"
O juiz que determinou a prisão da vereadora entendeu que “elementos informativos - em especial a análise global das mensagens de texto e áudio trocadas entre os investigados - sugerem que Tatiana Medeiros não figuraria apenas como espectadora agraciada com as atuações dos demais, mas sim como regente da rede criminosa, além de beneficiada imediata com a compra de votos e financiamento de campanha”.