Investigação no Legislativo -
Evolução da saúde financeira do IPMT é outro indicativo de que gestão Sílvio Mendes inflou 'dívida'
Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores
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- CPI está pondo em xeque narrativa apocalíptica do governo Sílvio Mendes sobre as contas públicas do município
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PALAVRA DE SECRETÁRIO
O secretário municipal de Finanças do governo Sílvio Mendes, Edgar Carneiro, está ajudando a CPI a endossar a narrativa de que o anúncio apocalíptico de dívida bilionária a ser paga de forma imediata, propagado pelo governo da capital, não passa de um blefe, e se não em sua totalidade, mas em partes.
No bojo da dívida bilionária anunciada pelo Palácio da Cidade foi acrescido um suposto rombo de R$ 501 milhões oriundo do IPMT. O anúncio causou assombros, porque poderia inviabilizar o município, se o valor tivesse que ser pago todo de uma vez. Mas é uma dívida parcelada, a longo prazo, que está sendo quitada a contento.
Em depoimento à CPI, Edgar Carneiro confirma isso e fala mais, diz que a saúde financeira do instituto está em plena evolução.
“O saldo devedor, como o senhor [vereador Dudu] falou, em 31 de dezembro, era esse montante, [R$ 501 milhões]. E isso decorre de 9 termos de parcelamento. No passado teve isso, no período de 2020 houve aquela questão da pandemia, e o mundo virou de ponta à cabeça, e logo em seguida foi feito parcelamento para se regularizar, mas posteriormente, em [20]21, [20]22 e [20]24, também houve atraso nos repasses do IPMT, que totalizou esse montante”, disse.
Só que “hoje a gestão atual está pagando esse parcelamento. Está em torno de 5 milhões [de reais] e meio por mês, fora o que se aporta todo mês, que é mais outros 20 e tantos milhões [de reais, que seriam do desconto das contribuições de servidor e patronal]. A gestão atual está só pagando o atual e o parcelamento. A conta está equilibrada. O IPMT hoje, a variação de receita para despesa hoje, ela está positiva em 14%”, explica.
“O que arrecada com o que gasta, está positivo em 14%”, reforça o secretário.
“A gente começou o ano com 430 milhões [de reais] em caixa no IPMT, já aportou 261 milhões [de reais], e pagou R$ 199 milhões [ de reais]. Hoje o caixa está de R$ 492 milhões, quer dizer, positivo em 14%”, pontuou.
Ou seja, ainda assim, a gestão Sílvio Mendes arrolou na suposta dívida bilionária do município essa cifra.
NÃO VAI SER ALVO DE INVESTIGAÇÃO
O presidente da CPI, vereador Dudu, disse que a comissão sequer vai se debruçar sobre algo que está superavitário, e explicou o porquê.
“Por isso é bom os esclarecimentos, porque quando você joga bem aqui em números, aí cria aquela… você colocou aqui 501 milhões de reais de IPMT. Isso causa um pânico, inclusive para o servidor. E para o povo de Teresina? O povo de Teresina, ele não sabe. Rapaz se for para o orçamento do município pagar esse dinheiro aí, quebra a cidade. E é verdade. Porque se não tiver dinheiro para pagar dos servidores, dos aposentados do município, essa conta vem para o município, não é isso ? Essa dívida apontada aqui, nesse relatório [de dívida], na minha opinião, nem deveria ter acontecido. Nem deveria está colocado no relatório, porque aqui é outra esfera. Eu costumo dizer sempre que as pessoas, às vezes, acham que o IPMT é público. Não. Ele é um instituto privado. Ele é do servidor do município. O instituto, ele é privado. A sociedade não tem acesso não, tem acesso ali a quem tem a sua associatividade. E aí consta numa dívida dessa? Então para mim, essa aqui do IPMT, vereador Fernando, que é o relator, ela deve está fora. Não vai ser nem foco nosso. Ninguém vai nem convocar o diretor do IPMT, porque eu estou entendendo aqui que o que foi feito aí, repactuação, e mesmo na gestão anterior, deixando de ser [deficitário]. A gestão atual está pagando a atual e a parcela, e está tendo incremento de receita e ele está cada vez mais ficando superavitário, melhorando aí a saúde financeira do IPMT. Graças a Deus. Porque das notícias ruins, pelo menos tem uma boa”, falou.
EVOLUÇÃO
O secretário de Finanças ainda chegou a dizer que “esse ano já foi pago, de amortização, encargo e juro dessa dívida do IPMT, pouco mais de 32 milhões de reais, quer dizer, já é um volume significativo que foi regularizado já”.
Ou seja, o anúncio apocalíptico do governo Sílvio Mendes não é bem assim como repassado ao povo.
E é aqui que está o problema: Por que anunciar algo tão preocupante se isso não existe como divulgado?
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