Em discurso no Plenário do Senado nesta segunda-feira (19/05), o senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu os esforços do governo federal para apurar os descontos indevidos em benefícios do INSS e criticou a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema. Segundo ele, a medida seria um “instrumento de guerra política” sem utilidade para as investigações.

O parlamentar atribuiu o surgimento do esquema de fraudes à omissão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Humberto, servidores que denunciaram os descontos irregulares à época foram perseguidos e ameaçados.

“O maior esquema já foi desarticulado em operação conjunta da Polícia Federal e da CGU, e os valores descontados — quase R$ 300 milhões só em abril — serão devolvidos na folha de maio. A AGU já pediu o bloqueio dos bens das associações e dirigentes envolvidos, além da quebra de sigilos e apreensão de passaportes”, afirmou.

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Senador Humberto Costa (PT-PE)

Para o senador, o caso está sendo tratado pelas instituições competentes e uma CPI serviria apenas para gerar repercussão nas redes sociais. Ele ainda acusou setores da extrema direita de tentar desviar o foco do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a sessão, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu a CPI e questionou a permanência do ministro da Previdência, Carlos Lupi, no cargo. Já o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) criticou a relação do ex-presidente com a Polícia Federal, afirmando que Bolsonaro queria a corporação “só para si”.