
Mercosul encerra cúpula sem acordo com a União Europeia e revela fortes divisões políticas
A 67ª Cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu, terminou marcada por frustração e incertezas após a não assinatura do aguardado acordo de livre comércio com a União Europeia. O encontro reuniu os presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de representantes de países associados, e tinha como expectativa central consolidar o tratado, agora adiado para janeiro. A ausência do acordo reforçou a sensação de impasse e ampliou o debate sobre os rumos do bloco sul-americano.

Além do revés comercial, o evento evidenciou divergências políticas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o argentino Javier Milei, especialmente em relação à situação da Venezuela. Enquanto Lula alertou para os riscos de uma intervenção armada no país vizinho, Milei classificou o regime venezuelano como ditatorial e defendeu a pressão internacional liderada pelos Estados Unidos. O contraste de discursos expôs fissuras internas no Mercosul e acabou refletido na declaração final, que evitou menções diretas ao tema.
Com o acordo com a UE indefinido, especialistas avaliam que o Mercosul deve intensificar negociações com outros mercados, como Canadá, Emirados Árabes e países da Ásia, além de buscar maior integração comercial entre seus próprios membros. Apesar das dificuldades políticas, há consenso de que a diversificação de parceiros e o fortalecimento do comércio intrabloco são caminhos essenciais para reduzir dependências externas, atrair investimentos e manter a relevância econômica do bloco no cenário internacional.








