Diante do impasse prolongado com a União Europeia, os países do Mercosul passaram a buscar alternativas para ampliar suas relações comerciais. Durante a 67ª Cúpula do bloco, realizada em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que já existem tratativas em andamento com nações asiáticas, como Japão e Vietnã, como forma de diversificar parcerias estratégicas.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em seu discurso, Lula voltou a cobrar uma definição dos líderes europeus e criticou a falta de decisão política para concluir o acordo de livre comércio, negociado há mais de duas décadas. Segundo o presidente, a expectativa inicial era de que o tratado fosse formalizado durante a cúpula, mas resistências internas na Europa, especialmente do governo francês, acabaram adiando novamente o desfecho. Lula revelou ainda ter recebido uma carta das lideranças da Comissão e do Conselho Europeu indicando a possibilidade de avanço em janeiro.

O encontro também evidenciou divergências internas no Mercosul. Enquanto o presidente do Paraguai, Santiago Peña, lamentou a perda de uma oportunidade histórica para o bloco, o argentino Javier Milei fez duras críticas à estrutura do Mercosul, apontando excesso de burocracia e falhas na integração econômica. Para Milei, a união aduaneira não conseguiu cumprir seus objetivos centrais, o que, segundo ele, tem dificultado acordos internacionais e limitado a competitividade regional.