O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aconselhado por aliados a considerar o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), como vice na chapa presidencial de 2026. A proposta partiu de lideranças petistas do Rio, que avaliam ser necessário um nome com força no Sudeste e capaz de dialogar com setores de centro, ampliando as chances de reeleição.

O movimento ganhou força durante encontros em Brasília na última semana, quando o PT discutia a escolha do nome que representará sua ala majoritária, a Construindo um Novo Brasil (CNB), na eleição interna do partido. Na avaliação dos defensores da ideia, a presença de Paes na chapa garantiria maior interlocução com conservadores, evangélicos e fortaleceria a aliança com o PSD, que hoje possui a maior bancada no Senado e o maior número de prefeitos no país.

Apesar disso, a possível indicação de Paes esbarra em resistências dentro do próprio governo, especialmente no PSB, que deseja manter Geraldo Alckmin como vice. O nome de Alckmin também é cogitado para disputar o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado, reforçando o palanque de Lula no maior colégio eleitoral do país.

Paralelamente, Eduardo Paes segue liderando as intenções de voto para o governo do Rio de Janeiro, segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, com 48,9%, o que poderia garantir vitória em primeiro turno. Internamente, o PSD também discute se mantém o apoio ao governo Lula ou se se aproxima do grupo ligado ao governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é cotado para disputar a Presidência pela direita.

Foto: Ricardo Stuckert/PR