
Caso TH Joias: PF prende desembargador por suposto vazamento de informações ao Comando Vermelho
A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (16/12), no Rio de Janeiro, o desembargador Macário Judice Neto, relator do processo do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, preso por ligação com a facção criminosa Comando Vermelho.
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Unha e Carne 2, que investiga o vazamento de informações sigilosas a integrantes da facção. A mesma apuração já havia levado à prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil).
Além do mandado de prisão preventiva contra o magistrado, a PF cumpre dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em endereços no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A ação está inserida no contexto da decisão do STF no julgamento da ADPF 635/RJ, conhecida como ADPF das Favelas, que determinou, entre outras medidas, que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação de grupos criminosos violentos no estado e suas conexões com agentes públicos.
A esposa do desembargador, Flávia Ferraço Judice, trabalhava no gabinete da diretoria-geral da Alerj até o início do mês passado. Ela foi exonerada a pedido, conforme ato da mesa diretora assinado em 6 de novembro e publicado no Diário Oficial. Em outubro, Flávia teve rendimento líquido de R$ 8,2 mil, segundo a folha de pagamento. A Assembleia informou que a solicitação de exoneração foi feita de forma “espontânea”.
TH Joias foi preso em setembro, acusado de integrar o núcleo político do Comando Vermelho, conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF) encaminhada ao TRF-2.
De acordo com as investigações, o ex-deputado teria sido alertado previamente sobre a operação pelo então presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, preso por suspeita de vazar informações sigilosas e obstruir as investigações da Polícia Federal.









