Projeto Aprovado -

Merlong defende aumento de deputados de 513 para 531, com gastos de R$ 64,8 milhões por ano

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

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- STF havia dado prazo até 30 de junho para o Congresso aprovar a redistribuição de vagas de acordo com o Censo de 2022, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizá-la 

- A decisão do STF, no entanto, prevê a manutenção dos 513 deputados federais com redistribuição de 14 cadeiras, tomando como base a lei de 1993. A Câmara aumentou.

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Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados _Deputado Merlong Solano
_Deputado Merlong Solano: "não temos um parlamento muito grande"

O deputado Merlong Solano, do PT, afirmou que o parlamento brasileiro é proporcionalmente menor que boa parte das democracias ocidentais. "O número de deputados por habitante é menor que no Canadá, no México, na Argentina, no Chile, na Alemanha, na França. Não temos um parlamento muito grande em relação ao país de dimensões continentais", disse.

A manifestação ocorreu no contexto da aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/23, da deputada Dani Cunha (União-RJ), que aumenta de 513 para 531 o número de deputados na Câmara Federal, em razão do crescimento populacional. 

Segundo informações divulgadas pela Câmara dos Deputados, o texto mantém o tamanho das bancadas que perderiam representantes segundo o Censo de 2022, entre elas a do Piauí, que cairia de 10 para 8 parlamentares. A mudança será a partir da legislatura de 2027.

Com a mudança, o Pará passará a ter mais 4 deputados (bancada de 21), da mesma forma que Santa Catarina (de 16 para 20 deputados), Amazonas aumenta sua bancada de 8 para 10, Ceará passa de 22 para 23 deputados, Goiás aumenta de 17 para 18 e Minas Gerais de 53 para 54.

O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), citou outros países mais populosos que o Brasil, como Estados Unidos e Índia, e com número proporcionalmente inferior de deputados.

A líder da Minoria, deputada Caroline de Toni (PL-SC), afirmou que apenas aumentar o número de cadeiras, sem a redução de acordo com a diminuição da população significa descumprir o previsto na Constituição. "[O texto constitucional] não fala que tem de aumentar ou diminuir, fala que tem de ser obedecida a proporcionalidade."

A criação de novas cadeiras implicará impacto orçamentário de R$ 64,8 milhões ao ano, segundo informações da Diretoria-Geral da Câmara, a ser absorvido pelas previsões orçamentárias de 2027, quando começa a próxima legislatura com a nova quantidade.

Outro impacto que deverá ser alocado é o de emendas parlamentares que os novos representantes passarão a ter direito de indicar no âmbito do Orçamento da União.

Além disso, conforme determina a Constituição Federal, o número de deputados estaduais mudará porque a Assembleia Legislativa deve ter o triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados com uma trava de 36. Se atingido esse número, o total será os 36 mais o quanto passar de 12 na bancada federal.

Dessa forma, estados que passam de 8 deputados federais (24 estaduais) para 10 terão assembleias com 30 deputados estaduais (três vezes mais).

A necessidade de rever a distribuição de cadeiras surgiu após decisão, em agosto de 2023, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao acatar uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional, como previsto na Constituição.

A corte deu prazo até 30 de junho para o Congresso aprovar a redistribuição de vagas de acordo com o Censo de 2022, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizá-la.

O Pará argumentou que teria direito a mais quatro deputados desde 2010.

A decisão do STF, no entanto, prevê a manutenção dos 513 deputados federais com redistribuição de 14 cadeiras, tomando como base a lei de 1993.

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