• Gripe aviária: Ministério da Agricultura investiga novos focos em cinco estados brasileiros

    Nesta segunda-feira (19/05), o Ministério da Agricultura (Mapa) anunciou que está investigando pelo menos cinco novas suspeitas de focos de gripe aviária (H5N1) em diferentes estados do Brasil. De acordo com o painel interativo do ministério, os estados envolvidos são Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins, Ceará e Sergipe. Entre os casos, duas suspeitas foram registradas em granjas comerciais, localizadas em Impumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO).

    Foto: Reprodução/Angélica Luersen, BD, NSCGripe aviária: Ministério da Agricultura investiga novos focos em cinco estados brasileiros
    Gripe aviária: Ministério da Agricultura investiga novos focos em cinco estados brasileiros

    Uma nova suspeita foi identificada no município de Salitre, no Ceará, e está sendo monitorada pela Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri). A propriedade em questão é de subsistência, ou seja, não é voltada para a comercialização. A Adagri já coletou amostras para análise.

    O primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial foi reportado no Rio Grande do Sul, na quinta-feira (15/05), no município de Montenegro, onde 17 mil aves estavam presentes. Parte delas morreu e o restante foi sacrificado. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias na região, e as aves que estavam programadas para sair do Rio Grande do Sul foram colocadas fora de circulação.

    Fávaro também mencionou que o Brasil pode estar livre da gripe aviária e retomar as exportações de carne de aves em até 28 dias, desde que não sejam encontrados novos focos da doença. Atualmente, existem dois focos ativos no Rio Grande do Sul: um em Montenegro e outro em Sapucaia do Sul.

  • Sada participa de Dia de Campo na Fazenda Pensamento

    O segundo Dia de Campo promovido pela Fazenda Pensamento no fim de semana, na cidade de Angical do Piauí, foi marcado pelo lançamento do Programa Mais Genética. A fazenda é uma referência na seleção de gado Nelore PO no Médio Parnaíba. A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) participou do evento, que reuniu cerca de 500 produtores e criadores da região, promovendo a troca de experiências e a divulgação de boas práticas de manejo na pecuária.

    Foto: Reprodução

    A Fazenda Pensamento mostrou de perto técnicas eficazes de manejo de pastagem, cuidados com os animais, estratégias de mineralização e processos reprodutivos que fazem da propriedade um modelo de eficiência e sustentabilidade.

    A Sada esteve presente com um estande representando os escritórios do Médio Parnaíba, incluindo os polos de São Pedro, Angical, São Gonçalo e Água Branca. Durante o evento, foi possível apresentar os programas da Sada e estreitar o relacionamento com os produtores locais.

    O diretor de Inovação da Sada, André Nogueira, fez seu relato sobre a experiência: “Foi um momento muito interessante, onde a gente pôde trocar experiências, falar um pouco dos programas da SADA e também avançar com o lançamento do programa Piauí + Genética no município de Angical. Ficamos muito felizes em representar o secretário Fábio Abreu nesse evento grandioso, que fortalece a inovação e o desenvolvimento da agropecuária regional”, disse.

    Além das atividades técnicas, o evento contou com a comercialização de reprodutores e matrizes PO melhoradores, reforçando o compromisso com a genética de qualidade no rebanho piauiense.

  • Assentamento Manoel do Morro recebe informações sobre agricultura familiar

    Técnicos da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), participaram, no último sábado (17), de uma reunião no Assentamento Manoel do Morro, na zona rural de Teresina. O encontro tece como objetivo apresentar programas e ações voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar.

    Foto: Reprodução

    Durante o encontro, o coordenador regional da Sada em Teresina, Alvaci Orsano, destacou os benefícios do Fomento Rural, iniciativa que oferece apoio técnico e financeiro para a implantação de projetos produtivos sustentáveis nas comunidades rurais. “O Fomento Rural possibilita que as famílias assentadas invistam em atividades que garantam geração de renda e melhoria na qualidade de vida”, afirmou, acrescentando que é importante que o pequeno produtor esteja organizado, por meio de associações, para conseguirem crescer, e a Sada está à disposição para apoiá-lo.

    Outro tema discutido foi o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF), instrumento do Governo Federal que substitui a antiga Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e permite aos agricultores familiares o acesso a políticas públicas, linhas de crédito e programas de comercialização. No Assentamento Manoel do Morro, o CAF contribui, desde novembro de 2024, para a ampliação de oportunidades para as famílias da localidade.

    Através do CAF, os produtores podem formalizar sua atividade e se qualificar para uma série de benefícios e programas públicos, como crédito facilitado, assistência técnica e subsídios que contribuem para o desenvolvimento e fortalecimento da produção familiar.

    A inclusão dos agricultores no CAF é um passo essencial para garantir o crescimento sustentável da agricultura familiar, além de contribuir para a segurança alimentar e o fortalecimento da economia local. O programa também facilita o acesso a políticas públicas que promovem o crescimento da agricultura familiar.

  • Programa Cisternas será expandido para territórios Yanomami com tecnologia adaptada

    Com um investimento de R$ 5 milhões, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) vai beneficiar cerca de três mil indígenas Yanomamis com a implementação de 30 microssistemas comunitários com pontos de uso coletivo, um dos modelos de tecnologia social de acesso à água do Programa Cisternas.

    Além de garantir o acesso à água tratada, em meio a rios por vezes contaminados, a tecnologia também garante o abastecimento na época da seca e reduz os riscos de doenças. "É muito importante para nós termos estes sistemas de água para melhorar a nossa saúde. Antes, nós sofríamos quando bebíamos água contaminada”, recordou Lívio Yanomami, liderança do xapono (aldeia) de Lajinha, no Rio Preto, uma das primeiras comunidades beneficiadas.

    Há mais de uma década, um diagnóstico situacional já apontava a dificuldade extrema das comunidades Yanomami em obter água segura. “As cisternas vão ajudar muito a nossa saúde, principalmente a das crianças e dos idosos, que sofriam com diarreias e vermes. Por isso, estou muito feliz com essa instalação na nossa comunidade”, comemorou o líder indígena.  

    Muitas aldeias dependem diretamente dos rios, ficando vulneráveis a surtos de contaminação, especialmente durante cheias ou estiagens. Além disso, a presença de mercúrio na água, representa um risco grave à saúde.

    Para enfrentar esses desafios, a parceria entre o MDS e a Assessoria dos Povos da Floresta (Aflora), organização com mais de 30 anos de atuação em educação junto aos Yanomami, viabiliza a implantação das cisternas adaptadas, os microssistemas comunitários com pontos de uso coletivo.

    Foto: AfloraPrograma Cisternas leva água limpa aos Yanomami com investimento de R$ 5 milhões

    A tecnologia dos microssistemas envolve a captação da água do rio, tratamento por meio de um filtro lento de areia – de fácil gestão e manutenção – e a distribuição por meio de chafariz instalado nas aldeias.

    A meta do projeto é universalizar o acesso à água tratada nos Rios Preto, Marauiá, Cauaburis e Demeni, localizados no Território Indígena Yanomami do Amazonas, nas cidades de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

    O supervisor técnico Jovino Neto destacou que o sistema é simples. “Esses filtros são importantes porque nesse sistema não se utiliza cloro. É um sistema simples: o bombeamento funciona com energia solar. São utilizados quatro painéis solares de 380 W que alimentam a bomba de meio cavalo instalada no rio."

    A logística também é um obstáculo. Algumas aldeias são inacessíveis por voadeiras (embarcações leves e rápidas), exigindo parcerias com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para viabilizar a chegada de equipamentos e técnicos.

    Já foram implementados 11 sistemas e quatro estão sendo finalizados, conforme plano de trabalho, antes da estiagem. A meta é entregar um total de 30 microssistemas no território Yanomami até o fim de 2026. Serão 14 na região de Santa Isabel do Rio Negro e outros 16 na região de Barcelos.

    A coordenadora do Programa de Educação em Saúde da Aflora, Stanny Saraiva, destacou a importância do diálogo com as lideranças Yanomami. “Esse processo é guiado por um protocolo de consulta, garantindo que as decisões sejam tomadas em conjunto. Cada sistema é mais do que uma estrutura física – é um compromisso com a dignidade e a saúde desses povos”.

    Um grande diferencial do projeto é a forma como ele é conduzido no território. Durante toda a construção do sistema, há uma capacitação continuada para os beneficiários, os próprios indígenas. Para Stanny Saraiva, o projeto é mais do que a entrega de uma estrutura física. “Representa um compromisso mesmo com a dignidade, com a saúde e com o direito dos povos indígenas. Foi uma luta de muito tempo".

    As assessoras de campo da Aflora passam por uma formação cuidadosa e de sensibilização para que, junto com o supervisor técnico e toda a equipe de construção, possam acompanhar cada etapa da obra. Isso garante a interação, o respeito à cultura, à língua e ao modo de vida dos Yanomami, fortalecendo a autonomia e o processo de gestão.

    “Cada sistema de água é a semente do futuro. Temos plantado junto com as comunidades essa semente e seguimos com o coração aberto e o compromisso firme nesse caminhar ao lado do povo Yanomami, aprendendo e construindo juntos um caminho de cuidado, de respeito, de saúde”, finalizou a coordenadora.

  • ExpoCorrente 2025 terá parque reformado para receber 48ª edição

    A Exposição Agropecuária de Corrente (ExpoCorrente), maior feira do setor no sul do Piauí e uma das mais importantes do Matopiba, já está sendo preparada para sua 48ª edição. O evento será sediado no Parque de Exposição Alberto Tavares Silva, que está passando por obras de modernização promovidas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), em parceria com a Prefeitura de Corrente.

    Foto: Reprodução / Governo do PiauíReprodução / Governo do Piauí

    Segundo o secretário da Sada, Fábio Abreu, a reforma tem como foco garantir mais funcionalidade e estrutura ao espaço. “Estamos investindo em um novo curral multiuso, pavilhões ampliados, além da recuperação da pista de julgamento, arquibancadas e sistemas elétrico e hidráulico. É uma obra que fortalece toda a cadeia produtiva da região”, destacou.

    Entre as melhorias previstas estão:

    Curral multiuso para exposição e comercialização de animais;

    Ampliação de dois pavilhões;

    Reforma elétrica e hidráulica;

    Novo espaço para a Secretaria Municipal de Agricultura;

    Recuperação do banhador de animais.

    O diretor de Inovação da Sada, André Nogueira, ressaltou o papel da feira no crescimento econômico local. “A ExpoCorrente é uma vitrine da agropecuária do Matopiba. Investir na infraestrutura do evento é fortalecer o desenvolvimento regional, unir tradição, inovação e gerar oportunidades”, afirmou.

    A programação da feira incluirá leilões, julgamentos de raças como nelore, ovinos e caprinos, além de cursos, oficinas e palestras técnicas em parceria com instituições como Sebrae, Senar, Uespi, UFPI e IFPI. Também estão previstas apresentações culturais com atrações locais e nacionais.

  • Piauí registra crescimento alarmante na perda de vegetação nativa

    O desmatamento avançou em quatro municípios do Piauí em 2024, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, da rede MapBiomas. Os dados revelam um crescimento preocupante na perda de vegetação nativa, colocando o estado entre os mais afetados pelo desmatamento no país.

    Os municípios de Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal lideraram a expansão do desmatamento, com áreas devastadas três vezes maiores do que em 2019. Destaque para Sebastião Leal, que apresentou uma área desmatada dez vezes superior à registrada cinco anos atrás, consolidando-se entre os cinco municípios brasileiros mais atingidos pela degradação ambiental.

    Foto: ReproduçãoPiauí reduz mais de 12% o desmatamento ilegal em 2024,

    A principal causa identificada no relatório foi a expansão agropecuária, responsável por mais de 90% da destruição da vegetação original. Além disso, outros fatores como o crescimento urbano e projetos de energia renovável também contribuíram para a alteração da paisagem natural.

    Organizações ambientais e especialistas alertam para os impactos do desmatamento, que incluem a perda da biodiversidade, alterações climáticas e riscos para comunidades locais. A necessidade de políticas públicas mais rígidas e ações coordenadas entre setor privado e governo é essencial para conter esse avanço e garantir a preservação dos ecossistemas piauienses.

    O relatório reforça a urgência de investimentos em modelos de desenvolvimento sustentável e na fiscalização ambiental, visando equilibrar o crescimento econômico com a preservação da vegetação nativa. Enquanto isso, especialistas seguem monitorando a situação, esperando medidas mais eficazes para conter o avanço do desmatamento no estado.

  • Morre aos 63 , Ricardo Abate Filho, ícone na criação da raça Jumento Pêga no Brasil

    É com grande tristeza que o agronegócio brasileiro se despede de Ricardo Abate Filho, que faleceu nesta quarta-feira (14/05), aos 63 anos. Nascido em 4 de novembro de 1961, ele foi um dos principais nomes na criação da raça Jumento Pêga, sendo reconhecido como um verdadeiro guardião da linhagem RAF, uma das mais respeitadas na asinocultura nacional.

    Foto: Reprodução Rede SocialRicardo Abate
    Ricardo Abate

    Ricardo transformou a criação de jumentos no Brasil, dedicando-se à seleção de exemplares de alto padrão genético e investindo na melhoria morfológica e funcional da raça. Ele se destacou como um embaixador da raça, participando ativamente de feiras e eventos, e colaborou com a Associação Brasileira dos Criadores de Jumento Pêga (ABCJPêga), promovendo a valorização da raça.

    A ABCJPêga expressou seu pesar em nota oficial, destacando que "seu legado, dedicação e paixão deixarão marcas eternas na história da criação nacional". Ricardo Abate Filho produziu inúmeros campeões e elevou o status do jumento Pêga na equinocultura brasileira, inspirando uma nova geração de criadores.

  • SAF apresenta avanços conquistados pelo Piauí na execução do PAA Indígena durante evento em Brasília

    A Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) participou do 1º Encontro Nacional do PAA Indígena 2025, realizado em Brasília, para debater experiências, desafios e o status de execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Indígena.

    Foto: Reprodução

    O evento reuniu, na terça (13) e quarta-feira (14), representantes de todos os estados brasileiros, além de instituições como o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Ministério dos Povos Indígenas.

    De acordo com o diretor de Mercados Institucionais e Comunidades Tradicionais da SAF, Wendel Rebouças, durante o encontro foi apresentado o status de execução dos editais do programa e os avanços conquistados no Piauí.

    “Tivemos a honra de expor dois editais: o primeiro, de 2024, já integralmente executado; e o segundo, de 2025, que já alcançou cerca de 90% de execução. Também compartilhamos experiências bem-sucedidas do programa, tanto no alcance ao público-alvo — conseguindo chegar a todos os territórios indígenas e etnias presentes — quanto na melhoria da segurança alimentar dessas comunidades”, destacou o gestor.

    Segundo Wendel, o programa possibilitou melhorias significativas na qualidade da alimentação da população indígena, ampliando o acesso a proteínas de origem animal produzidas pelas próprias comunidades, além de promover a autonomia econômica das mulheres indígenas, que são maioria entre os fornecedores beneficiados.

    “Conseguimos agilizar a execução e, principalmente, qualificar a oferta alimentar das comunidades indígenas. Os povos indígenas passaram a acessar proteína animal oriunda de suas próprias comunidades, e, além disso, cerca de 80% do público que fornece e comercializa os produtos são mulheres. Pudemos apresentar como a SAF está estruturada para executar o programa, o que fortalece nossa defesa por mais investimentos para a secretaria”, afirmou o diretor.

    Durante o encontro, também foram debatidas possibilidades de integração do PAA com outros programas de assistência e estratégias conjuntas para enfrentar desafios comuns na execução dos editais.

    “Nessa oportunidade, identificamos a viabilidade de integração do PAA com outras políticas, como o Fomento Rural e o Programa Cisternas. Com representantes de todos os estados, além de ouvirmos o feedback sobre o programa, conseguimos construir soluções coletivas para os desafios enfrentados e estabelecemos compromissos para possíveis ajustes nos próximos editais”, concluiu Wendel.

    PAA Indígena

    O programa contempla povos indígenas no Piauí com o objetivo de reduzir os níveis de insegurança alimentar, incentivando a produção, comercialização e aquisição de alimentos de qualidade, oriundos das próprias comunidades. Além de promover segurança alimentar e nutricional, o PAA Indígena valoriza a diversidade de produtos e fortalece a autonomia econômica dos povos indígenas.

  • Produtores rurais defendem regularização ambiental com garantia de direitos

    Durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (14/05) pela Comissão de Agricultura (CRA), representantes do setor agropecuário defenderam a necessidade de regularizar pendências ambientais em áreas embargadas, de forma transparente e respeitando o devido processo legal. O objetivo é destravar a produção agropecuária, evitar prejuízos econômicos e assegurar empregos e renda no campo.

    O debate foi motivado pela crescente apreensão de gado em áreas embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), inclusive em unidades de conservação ainda não implementadas.

    O embargo é uma das punições mais severas ao produtor rural: bloqueia seu CPF, impede a venda de gado ou colheitas, aplica multas, apreende maquinário e restringe o acesso ao crédito rural. Os participantes sugeriram que o Ibama crie um mecanismo de notificação prévia, permitindo que o produtor se defenda administrativa e tecnicamente, com direito ao contraditório e à presunção de inocência antes da aplicação de penalidades.

    Embargos remotos preocupam setor

    Rodrigo Justus de Brito, consultor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou a preocupação com os chamados “embargos remotos”, aplicados via publicação no Diário Oficial da União (DOU). Ele lembrou que o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o cidadão não é obrigado a acompanhar diariamente o DOU para verificar se foi notificado.

    — O produtor é surpreendido com apreensões e sanções, sem ter sido devidamente informado. Isso fere o devido processo legal — apontou.

    Foto: Waldemir Barreto/ Agência SenadoProdutores cobram transparência no Senado para resolução de pendências ambientais

    Produção legal e responsabilidade

    Vanderlei, presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) do Pará, destacou que o setor busca cumprir a legislação ambiental e criticou a manutenção do estado no assistencialismo, apesar do grande potencial econômico.

    — Estamos comprometidos com uma produção legal e responsável. Seguimos regras rigorosas, como a moratória da soja na Amazônia, e apoiamos a regularização para que o produtor possa trabalhar em paz — afirmou.

    Embargos coletivos e falhas de notificação

    Bruno Cerutti Ribeiro do Valle, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uruará (PA), criticou os embargos coletivos e a dificuldade de acompanhar editais do Ibama. Segundo ele, muitos produtores são penalizados injustamente por erros metodológicos e falhas cadastrais.

    — Situações como áreas invadidas, arrendamentos não atualizados, conflitos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e decisões divergentes entre órgãos ambientais precisam ser analisadas caso a caso, com garantias legais de defesa — destacou.

    Embargos em áreas de subsistência

    Vinícius Borba, presidente da Associação de Produtores Rurais da Amazônia (Apria), classificou como “absurdo jurídico” o embargo de áreas de subsistência, proibido pelo Decreto 6.514/2008. Ele responsabilizou o poder público pela paralisação da regularização fundiária e criticou a criminalização de pequenos produtores.

    — Ninguém aqui defende criminoso. Mas o produtor que desmatou sem dolo, dentro do limite legal, virou bandido por conta da ineficiência estatal — denunciou.

    Separar o legal do ilegal

    A advogada Samanta Pineda, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito e Sustentabilidade (Ibrades), destacou que o agronegócio é contra o desmatamento ilegal, mas sofre com a falta de distinção entre o que é legal e ilegal.

    — As emissões de gases atribuídas ao agro são infladas porque não se separa o que é desmatamento legal do ilegal. Essa responsabilidade é do Estado — afirmou.

    Atuação do Ibama e avanços recentes

    Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, explicou que a atuação do órgão está concentrada nos municípios com maiores índices de desmatamento, onde houve redução de até 50% nos últimos dois anos. Ele ressaltou que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou nulas as autorizações de desmatamento que não forem publicadas oficialmente.

    — Precisamos combater o desmatamento ilegal e manter os instrumentos jurídicos que permitem essa atuação — afirmou.

    Críticas à influência de ONGs e à falta de apoio político

    O senador Márcio Bittar (União-AC) criticou a influência de ONGs estrangeiras e afirmou que elas sustentam uma estrutura de poder que dificulta mudanças na política ambiental brasileira.

    — Essa estrutura, que representa interesses externos, tem poder mesmo sem apoio político interno. É preciso libertar a Amazônia dessa tutela — disse.

    O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) defendeu a revisão das notificações ambientais e alertou para o impacto dos embargos sobre pequenos produtores, que ficam sem meios de subsistência.

    — Sem CPF, o produtor está impedido de atuar. Muitos acabarão no Bolsa Família — lamentou.

    A senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) criticou a repetição de problemas estruturais, independentemente do governo.

    — Nosso problema não é econômico, é político. Falta coerência e visão de futuro na formulação de políticas públicas — concluiu.

  • JBS avança na auditoria do TAC da carne e supera 98% de conformidade

    A JBS alcançou um progresso significativo na verificação de seus compromissos de pecuária na Amazônia Legal. Os dados da segunda etapa do Protocolo de Monitoramento Boi na Linha, divulgados nesta quarta-feira (14/05), pelo Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, indicam uma total conformidade no volume de animais para a próxima análise de informações. Nesta edição, a empresa atingiu 98,23%, um aumento de 4,4 pontos percentuais em relação à primeira avaliação.

    Foto: ReproduçãoJBS

    O MPF consolidou novamente os resultados de Pará, Rondônia, Acre, Mato Grosso e Tocantins, que participou pela primeira vez este ano. Também foi divulgado o desempenho no Amazonas, estado onde a JBS não possui unidades de processamento de gado. A auditoria foi conduzida pela consultoria Grant Thornton entre 20 de setembro de 2024 e 15 de março deste ano, abrangendo as compras realizadas de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022. 

    Caso não houvesse pendências documentais, o índice de não conformidade da JBS, de 1,77%, teria sido reduzido para apenas 0,27%. Liège Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, afirmou que esse desempenho demonstra a proximidade da meta de 100% de conformidade, refletindo o esforço da companhia pela produção sustentável na Amazônia. Ela ressaltou que a evolução observada nesta etapa confirma o compromisso da empresa em alcançar esse objetivo.

    A JBS continua a aprimorar sua gestão documental, que inclui aceitar apenas protocolos de projetos de regularização ambiental (PRA) com termo de compromisso assinado (em vigor desde novembro de 2021), além de otimizações nos registros vinculados ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Todo o processo de auditoria seguiu o Protocolo de Auditoria do Boi na Linha. A JBS utiliza um sistema de monitoramento geoespacial há 15 anos para assegurar o cumprimento de critérios socioambientais e defende a harmonização das auditorias pelo MPF e o acompanhamento de todas as empresas do setor.

    Estes foram os despenhos da JBS por estado:

    Rondônia – 99,23% (mais 11,22 pontos percentuais em relação ao ciclo anterior)

    Mato Grosso – 98,19% (+0,34 ponto percentual)

    Acre – 98,14% (+8,28 pp)

    Tocantins – 98,03% (estreia do estado, não há comparação com a edição passada)

    Pará – 97,01% (+3,01 pp)

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